quinta-feira, 6 de outubro de 2016

PPROJETO 130 ANOS DE IMIGRAÇÃO ITALIANA EM NOVA PÁDUA

Dando seguimento ao projeto de resgate histórico lançado em 02.06.2016 com os festejos alusivos aos 130 anos de imigração italiana em Nova Pádua, marcados pelo FILÒ, queremos dar seguimento ao projeto, destacando que, enquanto a Serra Gaúcha, ou o Rio grande do Sul, comemoram 141 de imigração italiana, em Nova Pádua, neste ano de 2016, comemora-se 130 anos, porque foi no ano de 1886 que chegaram os primeiros imigrantes em solo paduense. Portanto, ambas as datas estão corretas, observando-se em que contesto está sendo analisado. Isto ocorreu porque o fenômeno da imigração não ocorreu de uma só vez. Os imigrantes iam chegando e ocupando as terras mais próximas aos centros urbanos e enquanto isto o Império sob o governo de Dom Pedro II ia desbravando e tracejando as colônias que seriam ocupadas em seguida. O primeiro centro urbano foi em Nova Milano, na 1ª Légua no ano de 1975 (daí porque a região, mais especificamente a Serra Gaúcha comemora 141 anos da chegada dos primeiros imigrantes em solo gaúcho). 

Nova Pádua, segundo o historiado estudioso João Spadari Adami, teria como ano de fundação 1885, a partir de então o território estava pronto para receber os imigrantes, os travessões identificados e as colônias divididas. Na época, Nova Pádua, ou Nova Padova como era chamada por nossos imigrantes, era o quarto distrito da Colônia Caxias, e compunha as ditas terras novas da Colônia. Os nomes dos travessões, segundo os historiadores Mario Gardelin e Rovilio Costa, eram decorrentes dos nomes dos agrimensores como: Mutzel – Ernesto Mutzzel Filho; Leonel – Leonel Pereira Gomes; Paredes – Clodomiro Paredes; ou homenagem às autoridades: Acioli – Ten. Cel. Francisco de Barros e Accioli Vasconcelos – inspetor da colônia Caxias em 1884. Serro Largo, Serro Grande e Barra são nomes decorrentes de acidentes geográficos; e, Divisa o nome provém da colônia e Bonito, recebeu este nome porque os agrimensores teriam ficados deslumbrados com o local.

Igreja das comunidades do Bonito, Barra, Cerro Grande e Paredes
Os imigrantes Italianos vinham preponderantemente da região do Vêneto que é formado pelas províncias de Padova, Belluno, Vicenza, Verona, Veneza, Rovigo e Treviso. Vinham com suas famílias ou homens solteiros. Os “nonos” geralmente ficavam na Itália, o que pode ser observado pelas idades dos passageiros nas listas de estrangeiros que entravam no Brasil. Deixaram a Itália em busca de melhores condições de vida, em busca de terra própria, fugindo da fome e das constantes guerras. Embarcavam no porto de Gênova, em viagens de navio a vapor que duravam cerca de trinta e seus dias. Estima-se que precisaram mais ou menos de um mês após chegar ao Rio de Janeiro, para chegar efetivamente em Nova Pádua e tomar posse da terra e, em que pese os registros feitos tenham principalmente pessoas originárias de Padova, umas das hipóteses para origem do nome do povoado, ainda não é permite afirmar que a maioria dos imigrantes que se instalaram em Nova Pádua eram originários de Padova-It. Quem sabe no futuro, com o avanço dos estudos, tenhamos esta informação. Precisamos desvendar a nossa história e registrá-la, e o que a AVENP e a Banda Santa Cecília estão fazendo é isto, resgatar, contar, e registrar a nossa história. 

A pesquisa histórica 
Foi em virtude da proximidade da festa do centenário da Banda Santa Cecília que tudo começou. Sentimos a necessidade de registrar a história da entidade que é mais antiga que próprio Município de Nova Pádua a que pertence, e até mesmo de Flores da Cunha a quem pertenceu e, foi assim, pesquisando a história da Banda que nos deparamos com fragmentos da história de Nova Pádua dos quais tínhamos ouvido falar por nossos antepassados. 

A sensação era de que Nova Pádua não tinha uma longa história, tudo parecia recente, exatamente porque não havia uma compreensão de que temos uma história própria que independe da “grande história” de outras cidades. Foi pensando nisto que iniciamos este caminho, despretensioso, sem verdades fechadas, sem afirmações inabaláveis, pois temos a compreensão de que pouco sabemos, e muito ainda precisa ser pesquisado. As pesquisas de João Spadari Adami, Frei Rovilio Costa, Mário Gardelin, Padre Antônio Galiotto, Gema Menegat Tonet, alguns livros de história de famílias, assim como alguns trabalhos produzidos pelos alunos da Escola Luis Gelain, dentre outras fontes, vão compondo este conjunto de informações que ora passaremos a abordar por divisões geográficas, por travessões, aproveitando as informações religiosas que irão sendo colhidas ao longo de um ano, passando por todas as festas de comunidade. A partir de agora, tentaremos contar um pouco da história de nossos travessões. 

AGUARDEM: o primeiro travessão a ser abordado será o Travessão Barra, que no dia 09 de outubro próximo, fará a sua festa de centenário do sino.

Texto: Nair Panizzon Baroni

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