terça-feira, 20 de dezembro de 2016

TRAVESSÃO DIVISA - A CAPELA D’ELLE ANIME

Segundo o noticiado no jornal Staffetta Riograndense de 22 de julho de 1925, foi no dia 08 de agosto de 1925 que foi benta a igreja recém-construída em material da Capela das Almas. Na ocasião eram fabriqueiros os Senhores Beniamino Arcaro, Bortolo Menegat e Antonio Menegat. O convite para a festa foi dado com uma pitada de humor. Abaixo a noticia/convite:

Staffetta Riograndense de 22 de julho de 1925
O nome atribuído ao fato de ser uma “divisa” entre os travessões. Essa divisa entende-se do Sul ao Norte, e Leste que vai do oriente ao poente, sendo que o Sul termina no Rio Oitenta, num leito profundo e inacessível. 

Este Travessão tem 29 colônias, que foram divididas por volta do ano de 1893 e colonizadas por imigrantes italianos Vênetos a partir de 1894. Foi o travessão privilegiado, pois nele foi reservada a colônia nº 17 para “il paese”, próximo ao cemitério atual, para a futura cidade de Nova Pádua.

Em 1909, foi doado e escriturado um terreno do Sr. Martino Tatto, para construção do 1º capitel de madeira, promessa do Sr. Ângelo Arcaro. Os dois imigrantes foram os fundadores da comunidade que a partir de então começaram a trabalhar e se estruturar. 

A primeira “bodega” 
Foi construída por volta de 1920, num tamanho de 3 x 4 metros em chão batido. Com uma pequena janela e porta de madeira eram vendidos doces, vinhos e cachaça de produção dos próprios agricultores da comunidade. Nos encontros, os amigos jogavam baralho ao ar livre e bocha na raia de chão batido, na beira do rio. 

Usina Rural 
Nas proximidades da propriedade do Sr. José Menegat, um grupo de famílias construiu uma Usina Rural de Luz Comunitária, usada para o uso doméstico. A mesma foi desativada em 1974 após a chegada da energia elétrica para toda a região. 

Igrejas 
Em respeito à devoção e a memória dos imigrantes, em 1925,construiu-se uma nova capela de alvenaria, em devoção as Almas do Purgatório. Além da devoção às Almas, a partir de 1941 também introduziram as imagens de Santa Bárbara e Santa Lúcia.

Em 2008 foi realizada a restauração interna e externa no Antigo Capitel das Almas do Purgatório. No dia 06 de junho de 2004 foi realizada a inauguração da nova igreja da comunidade. Na ocasião foi celebrada uma missa pelo então Bispo da Diocese de Caxias do Sul D. Paulo Moretto, Pe. Mário Pasqual e o pároco da paróquia Santo Antônio, Pe. Hilário Piazza. 

História das Almas do Purgatório 
O fato aconteceu com o Sr. Ângelo Arcaro, que era sacristão e escrivão da igreja. Uma noite, quando Arcaro havia terminado suas tarefas na paróquia, entrou numa “bodega” situada em frente a Igreja Matriz, para conversar e tomar um aperitivo. 

Quando estava montando em seu cavalo, único meio de transporte da época, o dono Do bar foi até Ângelo e pediu para que tomasse cuidado porque pessoas estranhas estariam planejando matá-lo. Ângelo não deu muita importância e voltou para casa.

Sacristão e Escrivão da Igreja Ângelo Arcaro
Certo dia Arcaro teve quer ir a Flores da Cunha pelas estradas feitas com ferramentas manuais. No entardecer, ao se aproximar da comunidade, Ângelo, avistou um grupo de revolucionários (pessoas que não tinham admiração por padres e superiores) que estava a sua espera. Depois de muita perseguição, o escrivão conseguiu chegar até a porteira, que hoje da acesso as famílias Salvador e Menegat. 

Ângelo, já sem forças invocou as Almas do Purgatório. Neste instante, os revolucionários avistaram um grande numero de pessoas a sua volta e recuaram e nada de grave aconteceu com Arcaro. Passado algum tempo, Ângelo entrou novamente na “bodega” e encontrou-se com os revolucionaram que o interrogaram sobre quem eram aquelas pessoas que estavam a sua volta e Ângelo respondeu que estava sozinho, mas os revolucionários afirmaram que tinha muita gente que o cercava.

Ao fundo, atrás do altar, o quadro das "Almas do Purgatório"
Ao voltar para casa Ângelo refletiu sobre os revolucionários e entendeu que poderiam ser as Almas do Purgatório que tinha invocado com tanta fé e ardor. Como tudo tinha iniciado na colônia nº 09, do Sr. Martino Tatto, Arcaro explicou o que tinha acontecido e Tatto doou uma pequena área de terra para a construção de um capitel. Juntos construíram uma igrejinha de madeira por volta de 1900. O terreno foi escriturado e registrado este terreno em nome das “Almas do Purgatório” em 1909. 

Como forma de gratidão por não ter sofrido nada no atentado, seu Ângelo doou à capela o Quadro com a imagem das “Almas do Purgatório”. 

Padroeiros 
No novo capitel construído em 1925 foram introduzidas as imagens de Santa Barbara e Santa Lucia, ambas homenageadas anualmente no inicio do mês de dezembro.

Santa Bárbara: protetora contra os raios, vendavais e tempestades. Bárbara foi trancada no alto de uma torre, mas seu pai vendo que a mesma não se redimia para seguir suas falsas doutrinas, num impulso de irá, corta-lhe a cabeça com uma espada. Mas no mesmo instante um raio fulminante atinge seu pai que também o leva a morte. Depois disso, Bárbara passa a ser venerada como a protetora contra os relâmpagos, vendavais e tempestades do tempo e das maldades vida. 

Santa Lúcia: invocada como protetora contra as doenças dos olhos. Lucia era muito devota e fiel a Deus. Por isso foi denunciada pelo seu noivo, ao Imperador da época, por Ela negar-se a fazer parte da grande Corte. Então ele envia seus soldados à procura dela, pede que a torture e após lhe tirem a vida. Mas na tentativa de lhe vazar os olhos, Lúcia acorda no dia seguinte com um belo par de olhos, e um soldado em fúria, mata-a cortando-lhe a garganta com um golpe de espada. Por este fato, Lúcia passa a ser venerada como a Protetora nos males da visão do corpo e canal de Luz para a visão da alma.
 
São Peregrino: é o protetor do mal do câncer. No início de 2008, os líderes comunitários, fabriqueiros e festeiros conversaram com o Pe. Hilário Piazza para expor a intenção da comunidade de ter São Pelegrino como padroeiro. No dia 01 de junho daquele ano, realizou-se uma grande festa religiosa, com procissão que iniciou na Igreja Matriz de Nova Pádua. 

Escola Municipal Euclides da Cunha 
Euclides da Cunha nasceu no Rio de Janeiro, no dia 20 de janeiro de 1866. Faleceu no mesmo estado, em 1909, aos 43 anos de idade. 

No ano de 1937, quando foi instalado o Grupo Escolar de Nova Pádua tinha uma lei que dizia que as escolas só podiam funcionar a 3 quilômetros de distância da sede. Na Divisa, a escola estava localizada a pouco mais de 1 quilometro e meio. A escola foi construída na colônia de Antônio Tonello para facilitar a ida dos alunos Divisa, parte do Paredes, do Travessão Alfredo Chaves e do Capoeirão. 

O Professor Antônio Tibolla, de forma gratuita, lecionava à noite para alunos de mais idade da Divisa. E de dia na Escola Humberto de Campos, no Capoeirão. O primeiro professor que lecionou nessa escola foi João Deboni. As condições da escola eram precárias, havia apenas algumas classes e um quadro-negro.

Foto atual da Escola Municipal Euclides da Cunha
Os alunos frequentavam a escola com apenas uma lousa (pedra negra) e uma pena. Havia muita dificuldade em alfabetizar, pois o dialeto imperava em todas as famílias e, na escola, eram obrigados a falar o português. Como a escola ficou velha, os alunos foram transferidos para o salão da capela por algum tempo. Terminada a nova escola, no mesmo lugar da antiga, foi feita a mudança. Com o avanço e o progresso, a escola foi desativada. 

As escolas municipais atendiam alunos até a 4ª série do Ensino Fundamental. Nessa comunidade, como era uma das mais próximas da cidade, vários alunos frequentavam a 3ª e 4ª séries primárias na Escola de Nova Pádua. 

Lecionaram na Escola Municipal Euclides da Cunha: Bortolo Bigarella, Alice Boscatto, João Deboni, Terezinha Deboni, Iolanda Scur, Geli Maria Scur Vezzaro, Terezinha Barcaro, Orsolina Menegat, Adiles Menegat Mazzarotto, Helena Bigarella, Maria Bedin Tatto, Nilva Terezinha Bedin, Remigio Bordin, Denilza Bedin Araldi e Eledina Janete Bedin Pan. A escola encerrou as atividades nessa a Professora Laura Maria Salvador Bordin. 

As colônias - o território e sua ocupação 
Em sua divisão política, o Travessão Divisa era composto, segundo a obra: “Povoadores da colônia Caxias” de Mario Gardelin e Rovilio Costa, de 29 lotes ou colônias com as seguintes dimensões, sendo os seguintes os moradores originários: 

Cecchini Giovanni Antonio, (ou Cechini) lote 1 de 118.187m² quitado em 1893 

FALTA LOTE Nº 2 
Zanini Giovanni, lote 3 de 120.250m² quitado em 1894. Giovanni Giuseppe Zanini nasceu em 18-4-1859, em Castelgomberto-Vicenza e faleceu em 14-12-1918 em Nova Pádua. Era filho de Eugenio Zanini e Margherita Stochero, casou em 21-3-1892 na primeira Zona de Caxias do Sul, com Maria Tormen, filha de Bortolo Tormen e Luigia Paris CCC¹. 

De Bon Giuseppe (De Boni), lote 4 de 310.750m² quitado em 1894. Giuseppe De Bon nasceu em 22-04-1860, em Belluno-BL e morreu em 24-06-1923 em nova Pádua. Era filho de Bernardo e Maria. Casou em 08-04-1883 em Belluno com Raquele Costa nascida em 01-08-1862.

Prigol Giacomo (ou Pregol), lote 5 de 305.800m² quitado em 1893. Há um Registro que em 10.09.1978, teria chegado à colônia de Nova Palmira Vittore Prigol 40 anos, com a esposa Juliana de 33 anos, e os filhos: Giacomo 16 anos, Mosé 14 anos, Luigi 12 anos, Giovanni 10 anos, Maria 8 anos, Otavia 6 anos, Luigia 5 anos, n.5908-15, fl.191 (fl. 552 de Colonizadores Colônia Caxias). Também, em 1879, na V Légua, no Travessão Solferino, no lote 50, onde recebeu ¼ do mesmo, teria se estabelecido Vittore Prigol 45 anos, com a esposa Giuliana de 44 anos, e os filhos: Giacomo 24 anos, Mosé 20 anos, Luigi 18 anos, Giovanni 16 anos, Maria 13 anos, Otaviano 10 anos, Luigia 8 anos, Amabile 3, Artemio 2, dando como data de chegada a colônia em 12-09-1978 (fl. 241 de Colonizadores Colônia Caxias). 

Staffetta Riograndense de 13 de junho de 1913
Tibolla Giuseppe (ou Fibolla), lote 6 de 286.250m² quitado em 1894. (OBS: Na X Légua – Flores da Cunha, estabeleceu-se em 1880, Antonio Tibolla com 40 anos, casado e com filhos no lote 8 do Travessão Marques do Herval e, no lote 9, estabeleceu-se Giuseppe Tibolla, solteiro de 20 anos também em 1880 - fl. 352 de Colonizadores). Já no Travessão Camargo estabeleceu-se em 1884, Giuseppe Tibolla, casado, 34 anos, possivelmente provenientes de Belluno (fl. 418 de CCC ) Também, Tibolla Giuseppe Fortunato, nascido em 17-11-1862, filho de Antonio e Arcangela Troian, veio ao Rio Grande do Sul (site imigrazione).

Barcaro Luigi e filhos, lote 7 de 275.020m² quitado em 1895. 

Tronco Giuseppe, lote 8 de 291.500m² quitado em 1894. Também no Travessão Camargo estabeleceu-se um Giuseppe Tronco chegado em 1884, com 28 anos, casado com Domenica 22 anos, vindos de Belluno. 

Martino Tatto - Fato Martino (ou Martin Tatto), lote 9 de 273.750m² quitado em 1893. Martino Tatto era casado com Eva Angela Cossalter, e era pai de Angelo Vittorio que nasceu em 26-11-1885 em Feltre – Belluno, e veio a Nova Pádua onde casou com Giacomina Capelari filha de Giacomo e Domenica Loat em 17-6-1909 em Nova Pádua.

Arcaro Angelo, lote 10 de 282.250m² quitado em 1893. Segundo registro da fl. 557 de Colonizadores da Colônia Caxias, citando como fontes, as entrevistas com descendentes e registros no Correio Riograndense, Angelo Arcaro casado com Luigia Fanton, são provenientes de Vicenza. Angelo teria falecido em 28.03.1940, com 87 anos, em Nova Pádua. Refere no entanto que teria chegado a Nova Pádua em 1885, mas não há prova documental desta chegada, apenas relatos. Segundo o Site imigrazione, Arcaro Beniamino nascido em 06-07-1879 era filho de Angelo e Veronica Nicoletti, e veio ao Rio Grande do Sul. Contudo, segundo obra Povoadores da Colônia Caxias, Beniamino teria nascido em 04.03.1880 em Vicenza e morreu em 1949 em Nova Pádua. Também, na folha 736, Giovanna Arcaro, filha de Angelo Arcaro e Luiza Fanton, casou em 17-6-1911 com Luigi Sonda, em Nova Pádua. Veronica Arcaro casou com Giovanni Sonda e Luigi ou Luis Sonda casou com Joana Arcaro.

Staffetta Riograndense do dia 11 de julho de 1923
O Sr. Angelo Arcaro, segundo relato do Padre Antonio Galiotto, possuía um moinho movido a água. Era uma pessoa culta que por muito tempo fez os registros dos fatos importantes da paróquia. Escrevia em italiano gramatical e chegou a retornar para a Itália com os padres Henrique Campagnoni e Angelo Donato. Angelo teria deixado um documento descrevendo os acontecimentos de Nova Pádua com nomes e datas que, em 1944 foi transcrito no livro tombo nº 2, na pagina 06, a conselho do Bispo D. José Barea ao Padre Antonio Alessi que não guardou o original. Portanto, o Sr. Angelo Arcaro foi quem viveu e registrou parte da história dos primeiros anos de Nova Pádua. Angelo Arcaro. 

Menegat Francisco, lote 11 de 258.500m² quitado em 1893. A família Menegat é numerosa em Nova Pádua e promove encontros periódicos, havendo um livro que conta toda a história e origem da família. Toda a descendência é proveniente de Belluno, quer seja de Feltre/Norcen-Pedavena e arredores.

Menegat Giovanni, lote 12 de 282.500m² quitado em 1894. A família Menegat é numerosa em Nova Pádua e promove encontros periódicos, havendo um livro que conta toda a história e origem da família. Toda a dissidência é proveniente de Belluno, quer seja de Feltre/Norcen-Pedavena e arredores.

Menegat Francesco, lote 13 de 293.260m² quitado em 1893, casado com Giovanna Rento, era pai de Antonio Menegat que nasceu em 15-1-1874 em Pedavena Belluno e morreu em 20-6-1939 em nova Pádua. Antonio era casado com Maria Brancaglione que era filha de Pedro Brancaglione e Angela Brancaglione (fl. 728 de CCC ). 

Menegat Domenico, lote 14 de 284.350m² quitado em 1894. A família Menegat é numerosa em Nova Pádua e promove encontros periódicos, havendo um livro que conta toda a história e origem da família. Toda a dissidência é proveniente de Belluno, quer seja de Feltre/Norcen-Pedavena e arredores.

Staffetta Riograndense de 18 de julho de 1923
Ballen Angelo, lote 15 de 284.350m² quitado em 1894. Na folha 284 do CCC, há a citação de que De Boni, Ballen, Pauletti, Darold e Menegat são imigrantes Belluneses. 

Pauletti Pasquale (ou Paoletti), lote 16 de 284.900m² quitado em 1894. Na folha 284 do CCC, há a citação de que De Boni, Ballen, Pauletti, Darold e Menegat são imigrantes Belluneses. Pasquale Paoletti nasceu em 16-3-1839 em Pedavena Belluno e morreu em 10-8-1929 em Nova Pádua. Era filho de Gio Batta Paoletti e Maria Luigia Biasuz.Casou com Angela Pellin (CCC fl. 732). 

LOTE Nº 17 de 287.100m² - reservada para “Il Paese”, segundo livro Nova Pádua e Sua História do Padre Antonio Galioto que comenta: “Parece que quem decidiu isto não acreditava no progresso, pois escolheu a pior colônia que desce até o Rio Oitenta e não tem espaço razoável para uma vila e cidade, quando bem perto, tanto ao nascente como ao poente tinha espaço muito mais favorável e plano”. 

Gasso Valentino, lote 18 de 294.187m², sem informações. 

Menegat Pietro, lote 19 de 283.050m², quitado em 1893. Chegaram em 22.05.1886 sob os nºs 53/59 do navio Matteo Bruzzo, vindos de Gênova-It. Pietro Menegat nascido em 20/07/1850 e falecido em 29/12/1899 era filho de Angelo Menegat e Angela Celli. Casou com Maria Piazza, nascida em 03 ou 05/08/1851 era filha de Giovanne Piazza e Angela Cambruzzi. Casaram-se 02/09/1877 na Itália. Filhos: Angela Menegat nasceu em 06/02/1881, às 22 horas em Norcen-Pedavena-Belluno e veio para o Brasil em janeiro/1886, tendo desembarcado na Ilha das Flores no Rio de Janeiro, Angela casou-se no Brasil com Giuseppe Panizzon; Angelo Antonio nascido em 03/04/1879 as 18 horas; Giovani Battista nascido em 10/09/1882 as 20 horas; Antonio nascido em 11/03/1885 as 11 horas da manhã todos vindos de Belluno, Pedavena, Feltre conforme registro feito no Município de Pedavena em 28/03/1866. Pietro também teria tido outro filho Angelo nascido em 11/11/1877 as 23 horas e falecido em 1878. No Brasil tiveram ainda os filhos: Tereza Maria Cristina nascida em 19/04/1889 e Eliza nascida em 05/09/1982 em Nova Padova di Caxias. No Extrato de Família é possível visualizar uma anotação apagada de registro de um menino, o que leva a crer que possivelmente pode ter nascido um filho logo que chegaram ao Brasil e que teria vindo a falecer. Então teria tido dois filhos falecidos. Pietro Menegat teria tido os seguintes irmãos: Maria Menegat nascida em 1842; Corona Menegat nascida em 1848; Bartolomeu Felice nascido em 1857. Os pais (portanto nonnos de Pietro) de Angelo Menegat que casou com Angela Celli seriam Pietro Menegat e Angela Cet. 

Dalla Giacomazzo Vittorio (ver Della Giacomazza), lote 20 de 279.675m², sem informações. 

Darold Giovanni, lote 21 de 287.490m² quitado em 1893. Na folha 284 do CCC, há a citação de que De Boni, Ballen, Pauletti, Darold e Menegat são imigrantes Belluneses. No livro de registro de óbito da Paróquia Santa Teresa de Caxias do Sul, Carlo Darold morreu em 7-5-1932, com 40 anos, e era filho de Giovanni e Domenica Darold. Era casado com Teresa Pach de Belluno. 

Casal Giuseppe Vedana e Emilia Vedana
Vedana Felice, lote 22 de 332.568m², quitado em 1893. Felice Vedana era casado com Vittoria Dal Molin. Filho: Giuseppe nascido em 4-10-1881 em Sedico-BL e faleceu em 7-3-1939 em Nova Pádua. Giuseppe casou-se com Emilia Alessi (Filha de Antonio Alessi e Victoria Pilati) em 22-12-1900 em Flores da Cunha. Emilia Alessi Vedana faleceu em 25-2-1951 com 67 anos, em Nova Pádua. Giuseppe Vedana Emilia Vedana.

Morando Gaetano, lote 23 de 302.500m², sem informações. 

Scorsato Luigi, lote 24 de 302.500m² quitado em 1894, com 52 anos, viúvo, chegou ao Rio em 23/02/1886, em POA a 04/03 e em Caxias pelo paquete Rio Grande, em 23/03. 

Marcolan Bortolo, lote 25 de 302.500m², quitado em 1893. Na folha 768 do CCC, há a referencia a um velhinho “Marcolan” que teria profetizado: “Vocês se queixam da derrubado dos pinheiros para aprontar as roças. Vai chegar o dia em que os pinheiros vão ter um valor incalculável e não haverá mais.”.

Sartore Pietro, o Sartor Pietro, lote 26 de 302.500m², quitado em 1893, com 56 anos, navio Brosnero em 11.04.1886, mulher Angela Granzotto 44 anos, filhos Genoveffa 20 anos, Angelo 17 anos, Antonio 14 anos, Maria 12 anos, Luigi 10 anos, Piocenza 7 anos, Pietro 5 anos, Beniaminio 3 anos. 

Menegat Giovani II, lote 27 de 302.500m², quitado em 1894. A família Menegat é numerosa em Nova Pádua e promove encontros periódicos, havendo um livro que conta toda a história e origem da família. Toda a descendência é proveniente de Belluno, quer seja de Feltre/Norcen-Pedavena e arredores.

Staffetta Riograndense de 18 de julho de 1923
Bisinelio Giovani (ou Bisinella), lote 28 de 291.500m², quitado em 1893. Bassano Bisinella, nascido em Nova Pádua em 15-7-1896, residente em Paraí e casado com Maria Baroni, em 1891 declarou que seus pais eram originários de Rosà – Vicenza. Tinham pouca terra e vieram em busca de melhores condições. 

Pan Angelo, lote 29 de 291.500m², quitado em 1894, casado com Rosa Guidolin, nasceu em Tezze Sul Brenta, tinham como filhos Antonio e Domenica Maria (acreditam que por volta do ano de 1890) que teriam vindo dois anos antes que os pais para o Brasil. Que teriam vindo em (1892 acreditam) com os outros dois filhos Francesco e Regina. Angelo era de Campagnari de Tezze Sul Brenta. A filha Amália ficou na Itália, em Cittadella, pois casou com Domenico Zen. Angelo nasceu em 1833 e em 1864 prestou serviço militar para a Áustria. Acreditavam ser tirolês. Francisco foi para Serafina Correa, antiga Guaporé, onde fundou a Cooperativa “Estrela Guaporense”. Antonio ficou em Nova Pádua com o Pai Angelo.

Fontes:
- Documentos históricos; 
- Jornais e documentos do Arquivo Histórico de Caxias do Sul João Spadari Adami; 
- Obra: Povoadores da Colônia Caxias por Mário Gardelin e Rovilio Costa, Segunda Edição 2002, Ed. Est. Edições; 
- Obra: Colonizadores da Colônia Caxias;
- Obra: Nova Pádua e a sua história, do Pe. Antônio Galiotto; 
- Obra: Nova Pádua  - Histórias das Escolas: Viagem no Tempo, da professora aposentada Gema Menegat Tonet; e
- Obra: Memorial Comunitário, religioso, social, esportivo e cultural do Travessão Divisa, de Vera Lúcia Tatto Pan