quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Banda Santa Cecília na inauguração do prédio da Subprefeitura de Nova Pádua

O trabalho do blog da Banda Santa Cecília é resgatar a história desta entidade centenária. O livro: Heitor Curra – Um cidadão Florense – Vida e Obra, dos autores Evandro Luiz de Oliveira e Lourdes Curra, que contribui com esse resgate. 

Na página 170, o livro traz uma foto com alguns membros da Banda Santa Cecília na inauguração do prédio da Subprefeitura de Nova Pádua. Os créditos da foto são de Geremia - Caxias. 

Foto mostra a data de inauguração da Subprefeitura de Nova Pádua
Para os escritores Evandro Luiz de Oliveira e Lourdes Curra, o objetivo do livro é apresentar fatos da vida de Heitor Curra em Nova Trento, (1899 até 1941), durante o período em que lá esteve estabelecido, abordando dados de sua trajetória social, política, e, posteriormente, o seu afastamento da vida pública, e a vivência da nova fase em Caxias do Sul (1941 até 1973).

O livro é dividido em quatro partes: I) – Heitor Curra, um cidadão Florense: um filho de imigrantes italianos; II) – Emancipação de Nova Trento; III) – Envolvimento de Heitor Curra com a política; e IV) – O afastamento de Heitor Curra da política. 

Nascido em Nova Trento, Heitor Curra estudou e trabalhou em diversas cidades, desempenhando várias atividades. Constituiu família com Ignez Clementina Jaconi e desta união, nasceram quatro filhos: Nestor, Humberto Pedro, Lourdes e Heitor Filho. 

Obra foi lançada no ano de 2006
Heitor Curra foi nomeado prefeito de Flores da Cunha em 1933, permanecendo no cargo até 1941, quando é afastado do cargo, a seu pedido, para exercer a atividade de Escrivão do Cívil, e Crime, Júri e Execuções Criminais, em Caxias do Sul. 

Durante a sua gestão administrativa, foram construídos dos prédios de alvenaria para as sedes do 2º Distrito de Nova Pádua e o 3º Distrito de Otávio Rocha. Os mesmos foram pagos com recursos do Município florense. Além dos prédios já mencionados, foi construída, também, uma cadeia municipal. 

Por: Maicon Pan

quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Banda Santa Cecília: tocando sem parar desde 1913

Publicação do Jornal Pioneiro, do dia 23 de abril. Blog Memória, do jornalista Rodrigo Lopes.

Mais antigo grupo musical em atividade ininterrupta do Rio Grande do Sul, a Banda Santa Cecília, de Nova Pádua, chega aos 102 anos novamente rompendo fronteiras. Nesta quinta (23), os integrantes rumam à Itália para uma série de cinco apresentações. Elas ocorrem a partir do dia 29 nas cidades de Loreo, Fontaniva, Grantorto, Trichiana e Porto Viro, localizadas nas províncias de Rovigo, Padova e Belluno.


Em 1913: um dos primeiros registros da Banda Santa Cecília na colônia
de Nova Pádua. Foto: Acervo Banda Santa Cecília, divulgação
O roteiro integra o projeto Cent’Anni di Musica (Cem Anos de Música) e busca fortalecer o gemellaggio entre as cidades irmãs de Nova Pádua e Fontaniva, na província de Padova. 

Na miniturnê, os músicos prometem um resgate da história da imigração, por meio de canções que relembram a partida, a viagem e a chegada dos pioneiros colonizadores à região, há exatos 140 anos.


Em 1927: a Banda Santa Cecília com o Padre Dom Julio Scardovelli 
(ao centro). Foto: acervo Banda Santa Cecília, divulgação
O começo 
Toda essa história teve início em 20 de abril de 1913, quando a Banda Santa Cecília foi oficialmente criada. Naqueles tempos, a música era uma das únicas expressões artísticas, sendo obrigatória em eventos culturais, sociais, religiosos e políticos. Logicamente, com todos os percalços e dificuldades da época. 

Seus integrantes costumavam chegar à casa dos colegas no lombo de um cavalo – saíam no sábado e costumavam fazer cerca de 30 quilômetros sobre os animais para se apresentar no domingo.


Músicos da Santa Cecília durante uma procissão religiosa em meados 
dos anos 1960. Foto: acervo Banda Santa Cecília, divulgação
Já os bumbos e clarinetes dividiam espaço com outro utensílio indispensável nos primórdios do século passado: o lampião a querosene, que iluminava as mesas recheadas de comida típica e de partituras – fundamentais para orientar os ensaios após os jantares. 

Colônia, distrito e cidade 
Em 1913, quando a Banda Santa Cecília foi criada, a pequena colônia de Nova Pádua pertencia ao 4 º distrito de Caxias do Sul – passando posteriormente a 2 º distrito de Flores da Cunha e emancipando-se em 1992. 

Trajetória 
* Nova Trento, atual Flores da Cunha, festejou a emancipação em 1924 ao som dos músicos paduenses. 
* No final dos anos 1980, a emissora italiana RAI gravou um documentário sobre Nova Pádua. O Vale do Rio das Antas era o cenário, e as melodias do grupo se tornaram a trilha sonora do programa. 
* A participação no filme O Quatrilho, lançado há exatos 20 anos, em 1995, se firmou como segundo momento de projeção internacional da banda. Músicos paduenses animavam uma festa de casamento em uma sequência da trama.


A Banda Santa Cecília durante a ordenação 
sacerdotal do padre Ireno Lusa, em Nova Pádua. 
Foto: acervo Banda Santa Cecília, divulgação
História furtada 
Matéria publicada pelo Pioneiro em 2003, por ocasião dos 90 anos da banda, destacou alguns episódios pitorescos dessa trajetória. Em 1969, Jorge Baggio, um dos dirigentes da entidade, buscava informações em Caxias para encaminhar o registro da Santa Cecília. 

De automóvel, visitou o município trazendo todos os documentos que guardavam a memória de quase 60 anos do grupo. “Mas, como naquela época não havia insegurança, ele deixou o carro aberto. Quando voltou, não encontrou a pasta. Tinha sido furtada”, lembrou Casemiro Gelain, 80 anos em 2003.


Em 1955: integrantes da Banda Santa Cecília com o padre Antônio Alessi 
defronte à Casa Canônica. Foto: acervo Banda Santa Cecília, divulgação
Atas, relatos escritos e diversos documentos fiscais foram levados. Somente um livro de 1917, em que os integrantes realizavam a contabilidade em italiano, sobreviveu à ação do assaltante. Apesar do furto, a presidência da Santa Cecília oficializou a entidade junto ao Cartório em novembro de 1972. 

O procedimento permitiu o recebimento de verbas governamentais, após a publicação no Diário Oficial do Estado. 

Música no funeral 
Quando sucedeu Dom Benedito Zorzi no bispado, em 1983, o atual bispo emérito Dom Paulo Moretto recebeu do antecessor poucas recomendações. Entre elas, um pedido relacionado à banda com nome da santa padroeira da música.


A banda em ação ao ar livre em meados dos anos 1940. 
Foto: acervo Banda Santa Cecília, divulgação
- Ele disse: “quando eu partir, não esqueça de convidar a Banda Santa Cecília para tocar no meu sepultamento”. E isso foi feito – recordou Moretto. 

Repertório 
Na turnê pela Itália, a partir do dia 29, a banda entoará as músicas tocadas nos tradicionais filós, enaltecendo o trabalho, os costumes e a religião dos pioneiros imigrantes. 

Postado por Rodrigo Lopes